abril 02, 2013

Governo do Estado decide demolir o Presídio de Balneário Camboriú



Unidade desativada em 2012 dará lugar a um novo complexo de segurança pública.

Dez meses se passaram desde que o Presídio Regional de Balneário Camboriú teve as grades trancadas pela última vez. Desativada por ordem da Justiça, a unidade mantém nas paredes rabiscadas e nas camas de cimento os últimos resquícios dos tempos de superlotação. O prédio foi devolvido à Secretaria de Justiça e Cidadania à Polícia Civil, que era dona do terreno, e terá um novo destino.

As paredes serão derrubadas até o fim do ano para dar espaço a uma nova construção, que abrigará um complexo de segurança com diferentes serviços. Entre os órgãos que deverão funcionar no novo edifício estão o Detran, a Delegacia Regional, o Instituto Geral de Perícias (IGP), a Delegacia da Comarca e a Delegacia da Mulher, Criança, Adolescente e Idoso, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado.

A construção faz parte de um pacote do governo do Estado, que inclui R$ 165 milhões em obras e deve ter a licitação anunciada nos próximos meses.

- A nova sede vai agilizar a integração entre os órgãos e possibilitar uma gestão de segurança muito melhor - diz a delegada regional de Balneário Camboriú, Magali Nunes Ignácio.

O espaço que hoje abriga a Delegacia da Mulher, na Marginal Oeste, dará lugar a uma Central de Plantão Policial (CPP) aos moldes da que existe em Itajaí, que concentrará registros de boletins de ocorrência, prisões e apreensões. Já a atual Delegacia da Comarca dará lugar ao estacionamento do novo complexo.

Fechamento

- A decisão do Estado é uma demonstração de que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) estava certa, e que aquele lugar não poderia mais abrigar ninguém - diz o presidente da OAB em Balneário Camboriú, Leandro Molin Hannibal.

A entidade foi a responsável pela ação judicial que resultou na desativação do presídio. Feito para abrigar 100 detentos, o prédio costumava ter três vezes a lotação máxima. Por falta de espaço, as celas não eram trancadas e os presos dormiam em colchonetes no pátio, sem abrigo do sol ou da chuva.

Com o fechamento, os internos foram transferidos para outras unidades - a maioria, para o Presídio da Canhanduba, em Itajaí. Em março, o governo do Estado anunciou que cumprirá o compromisso de aumentar as vagas na Canhanduba, assumida com o fechamento da unidade de Balneário. A nova ala, ao custo de R$ 10,5 milhões, terá espaço para 312 detentos.

Por: Dagmara Spautz

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