fevereiro 02, 2010

Organograma das Comissões da 15º Subseção de Balneário Camboriú


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Matéria - Complexo do Avestruz



" O que trouxe até aqui não o levará adiante". Essa frase em inglês dá nomea um livro do coach americano Marshall Goldsmith (Qhat Got You Here Won´t Get You There, publicado em 2007 nos Estados Unidos e sem previsão de lançamento no Brasil) e é o melhor conselho dae carreira que um advogado pode receber neste momento.Uma série de pesquisas feitas pelo GVLaw, departamento de pós-graduação da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, revela que os profissionais do Direito se comportam de maneira contraditória quando pensam sobre a carreira.Como ocorre em outras áreas, também na advocacia as competências comportamentais e qualidades gerenciais se tronaram imprescindíveis para ascender na carreira.Os advogados sabem disso mas, segundo o GVLaw, na hora de investir na formação, 80% deles acabam optando por uma especialização em conhecimento jurídico.No entanto, quando se pede para que advogados apontem, quais são as competências mais importantes de um profissional top-diretor jurídico, sócio de escritório ou advogado sênior - , os itens que mais aparecem são liderança, capacidade de negociação, networking e conhecimento de clientes e do mercado."É um paradoxo", diz Leandro Silveira Pereira, diretor-executivo do GVLaw."O advogado sabe que é importante ter essas competênciais, mais não acha importante desenvolvê-las".

Segundo Leandro, parte desse comportamento de avestruz, em que os profissionais do Direito mergulham de cabeça no universo jurídico e fecham os olhos para as questões relativas à gestão, é preconceito. Por causa de um estereótipo glamourizado da profissão, bons advogados acham pouco nobre tratar de questões como gestão de equipes, captação de clientes ou marketing.O resultado dessa distorção é o prejuízo para o cresciento do profissional tanto para quem trabalha em escritório de advocacia como em departamento jurídico de empresas.A solução seria adotar uma visão mais próxima da realidade, admitindo que o profssional de Direito tem atribuições parecidas às de administradores de empresas, publicitários ou médicos.

"O advogado gestor tem grandes vantagens copetitivas em relação aos demais e consegue administrar sua carreira em direção ao sucesso", diz Pedro Freitas, do escritório Veirano Advogados em São Paulo, que já foi diretor jurídico de empresas como Vale, Odebrecht e Brasil Telecom.

Gestão Moderna

O advogado Carlos Fernando Siqueira Castro, de 33 anos, sócio-diretor do Siqueira Castro, um dos maiores escritórios do Brasil, presente em 17 capitais, percebeu a importância dos aspectos gerenciais e comportamentais para a profissão durante um estágio que fez num escritório americano enquanto cursava mestrado na University of Chicago Law School. De volta ao Brasil, ajudou a reestruturar o escritório da família, mudando o departamento financeiro, criando áreas novas, como marketing e comunicação, ainda raridades entre as bancas. Também incrementou a política de carreira do escritório. Hoje, cada departamento do Siqueira Castro tem seus gerentes( nem todos formados em Direito, ressalta-se). Todos têm seu desempenho avaliado anualmente e existem regras para treinamento que contempam, inclusive, cursos no exterior."Os clientes não querem um advogado técnico, mas um parceiro qu eos ajude a pensar juridicamente e, no caso das empresas, a maximizar oportunidades de negócios", diz Carlos, que entende que a baixa disposição dos colegas de profissão em adoratar uma visão mais moderna está prestes a mudar.Segundo ele, nos últimos anos o mercado de trabalho cresceu e os profissionais não precisaram se preocupar com a captação de clientes nem com a eficiência dos escritórios." Mas, daqui para a frente , a sobrevivência vai passar pela diferenciação da concorrência", diz Carlos.

Mesmo para advogados que fazem carreira dentr dos departamentos jurídicos de empresas, que estão dubmetidos às mesmas regras corporativas das outras áreas, ainda há necessidade de uma mudança de visão." os advogados, de modo geral, ainda não estão acostumados a trabalhar com indicadores de desempenho, e as empresas querem profissionais dinâmicos, que apresentem soluções no ritmo dos negócios, que muitas vezes não é o ritmo da análise jurídica", afirma Fabio Salomin, headhunter-chefe da divisão jurídica da Michael Page, empresas de recrutamento de São Paulo.

Entre as competências que as empresas pedem de seus especialistas em Direito estão adaptabilidade, habilidade de negociação e mediação de conflitos e capacidade de se relacionar com clientes, parceiros e fornecedores."Quem entende do ambiente em que o negócio está inserido, o perfil de seus clientes e sabe alguma coisa de finanças tem mais chance de crscer", diz Fabio, que consediera possível um diretor jurídico se tornar presidente da organização.Essa realidade tem feito com que as empresas direcionem a formação de seus departamentos jurídicos para a contratação de profissionais mais flexíveis.Eles precisam entender de leis e contratos, sim, mais também devem desenv0lver talentos e saber se relacionar com os outros setores da empresa.

Sem Barreiras


Para o advogado Roberto Paes, de 36 anos que já trabalhou em escritório e hoje é diretor jurídico para a América latina da divisão de aviação da General Electric, a maior dificuldade foi entender as demandas de gestores de outras áres.Para isso, Roberto fez uma pós-graduação em administração."Foi fundamental me interirar de finanças, contabilidade e recursos humanos", diz." Como poderia dar um bom parecer trabalhista se eu não tinha nenhuma prática de RH?Carimbar um papel qualquer um pode fazer".Segundo Roberto, o departamento jurídico precisa romper o estigma de ser a área que coloca barreiras para o negócio."Até um tempo atrás, alguns setores de determinadas empresas deixavam de envolver o jurídico, pois sabiam que sua mendiação faria o negócio empacar", diz. A saída é adotar uma atitude colaborativa." Não posso responder ' vou fazer um parecer e daqui 30 dias eu entrego".diz Khalil Kaddissi, de 33 anos , diretor do grupo Totvs.

Por fim, uma boa notícia: a carreira de advogado dentr ode empresas vive em uma fase de alta.Na última década, os salários do departamento jurídico aumentaram acima da média de mercado.Levantamento feito pela consultoria Hay Group aponta que na última década, a média salarial dos diretores jurídicos aumentou 113% - acima da valorização da áreas como recursos humanos (92%), marketing (88%) e finançãs (85%) - , pulando de R$15.000,00 reais para cerca de R$ 30.000,00. Sinal de que o mercado valoriza quem é competente.




Fonte: Revista Você S/A , Dezembro 2009.

(www.vocesa.com.br)